grego
CAOS – Segundo Hesíodo em sua obra, Teogonia, Caos foi à primeira
divindade a surgir. Os filhos destes nasceram de cisões: Nix e Érebo
nasceram a partir de pedaços dele. Do Caos também surgiram Gaia, a
terra, Tártaro, as trevas e Eros, o amor. Caos é uma força antiga e
obscura que manifesta a vida por meio de cisão de elementos. Parece ser
um deus andrógino, característica comum a todos os deuses primogênitos
nas mitologias antigas.
GAIA - Deusa da terra primordial, geradora dos demais seres. Gera
sozinha Urano, com quem vem a se unir posteriormente e da origem os 12
Titãs, aos Ciclopes e os Hecatônquiros, Óreas(montanhas) e Pontos, o mar
primordial. Geia diferencia-se no culto grego de Deméter por ser um
elemento primordial e deusa cósmica, enquanto Deméter representa a terra
cultivada. É a Mãe-Terra ou Grande-Mãe, simbologia comum as demais
deusas geradoras do mundo em diversas mitologia
TÁRTARO – É o mundo inferior, as trevas. Surgiu a partir do Caos, era o
lugar onde Urano aprisionou os seus filhos gerados com Gaia. Segundo
Hesíodo em sua Teogonia, o Tártaro localizava-se abaixo do reino de
Hades, a mesma distância que o céu era da terra. Com a divisão
geográfica do Hades, uma divisão pós-homérica, o Tártaro se tornou o
local de suplícios permanente dos grandes criminosos, mortais e
imortais. De sua união com Gaia gerou Êquidna e o gigante Tífon.
EROS – Deus do amor, gerado por Caos, atribui-lhe também um papel
unificador e coordenador dos elementos, contribuindo para a passagem do
caos ao cosmos. Com o passar do tempo, várias versões surgiram a
respeito do nascimento de Eros, dentre elas a que o deus do amor seria
filho da união entre Hermes e Afrodite ou de Ares com Afrodite. Era
representado como uma criança alada, armada de aljava e flechas, que
fazia apaixonar os corações de deuses e homens. Seu correspondente
romano era Cupido.
NIX – Personificação da noite, Nix surgiu do Caos e uniu-se com Érebo,
união que gerou Éter(luz celestial) e Hemera(o dia). Percorria o céu
recoberta por um manto negro por um carro puxado por 4 cavalos negros e
acompanhado das Queres, suas filhas. Gerou também sozinha outros seres
como Moros(sorte), Kera(a que decide a morte dos homens),
Tânatos(morte), Hypnos(sono), Oniro(sonhos), Momo(escárnio),
Oizos(miséria), as Hespérdes(tarde), guardadoras dos pomos de ouro, as
Moiras(destinos), Nêmesis(retribuição), Apate(fraude), Filotes(amizade),
Geras(velhice), Éris(discórdia), Limos(fome), Ftono(inveja), Ênio(deusa
da carnificina), Lissa(loucura) e Caronte(o barqueiro do reino de
Hades). Com sua união com Érebo, Nix foi considerada a primeira rainha
do mundo das trevas.
ÉREBO – Personificação da escuridão, das trevas infernais. Gerou com sua
irmã Nix Éter e Hemera. Demarcava seus domínios com mantos escuros e
sem vida. Conhecido por ser um dos maiores inimigos de Zeus, Érebo
socorreu os Titãs quando estes pediram ajuda para se libertarem do
Tártaro, descendo pessoalmente até esse reino para libertá-los, porém
Zeus e Hades o surpreenderam e com a ajuda de Nix acabou o lançado nas
profundezas do rio Aqueronte.
ÉTER – Personifica o Céu superior, o ar elevado, puro e brilhante,
respirado pelos deuses. Filho de Nix com Érebo, irmã de Hemera(o dia).
De sua união com Hemera gerou a Tristeza, a Cólera, a Mentira e
Tálassa(deusa do mar primordial).
HEMERA – Personificação do dia, irmã de Éter. Personificação do dia como
divindade feminina, guardiã das fronteiras entre o mundo aonde chegava à
luz e o mundo das sombras.
ÓREAS – Deus que simboliza as montanhas, filho de Gaia. Nas antigas
mitologias, as montanhas representavam o lugar que a humanidade prestava
culto e segundo acreditava-se poder alcançar os deuses.
PONTOS – O mar primordial, surgiu de Gaia sem relação com outro deus.
Com Gaia gerou Nereu, o velho do mar, e de Taumante dos aspectos
perigosos do mar, Forcis e sua irmã e esposa Ceto, e de Euríbia. Com
Tálassa gerou os Telquines.
URANO - Personificação do céu, foi gerado espontaneamentepor Gaia e com
ela gerou os Titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros. Odiava os filhos e
os faziam ficar preso no Tártaro até que ela revoltou-se com a atitude
do deus e incitou uma revolta contra Urano. Com uma foice confeccionada
pela própria Gaia, Cronos, o mais novo dos Titãs e o único a rebelar-se,
ao momento que Urano iria unir-se a Gaia, castra-o e de seu sangue
surgiram vários seres: os Gigantes, as Erínias e as Melíades. Do
testículo, ao cair do mar, nasceu Afrodite, a deusa do amor. Urano
simbolicamente traduz uma proliferação criadora desmedida e
indeferenciada, destruindo o que gera.
PRIMEIRA GERAÇÃO DIVINA
TÍFON – Personificação da seca. Inimigo de Zeus foi incitado por Gaia a
derrotar os olimpianos para vingar a derrota dos Gigantes. Era
representando como maior que todas as montanhas e o corpo cercado de
plumas e rodeado de serpentes. Era tão horrendo que até os Titãs, seus
irmão, os rejeitaram. Enfrentou os deuses olimpianos e estes ao
perceberem a aproximação do monstro, fugiram para o Egito e lá
transformaram-se em vários animais, com exceção de Zeus e Atena que o
enfrentaram. Após ser derrotado foi arremesado ao Tártaro. Gerou vários
seres monstruosos em sua união com Equidna: Cérbero, o cão de 3 cabeças;
Ortro, o cão de 2 cabeças que cuidava do rebanho do gigante Gerião; a
Esfinge que assolava Teba;, o dragão da Cólquida Ládon; a Hidra de Lerna
que aparece em um dos 12 trabalhos de Hércules; Ethon, a águia que
comia o fígado de Prometeu ; e a Quimera.
NEREU – Conhecido como o “velho do mar”, filho de Pontos, está entre as
forças elementares do mundo. Desposou Dóris, uma das Oceânidas e com ela
teve 50 filhas conhecidas como as Neréiades. Como uma divindade
marinha, tinha o poder da profecia e de se metamorfosear-se em vários
seres. Era representando como uma longa barba branca e cavalgando um
tritão e considerado uma divindade pacífica e benfazeja.
TAUMAS – Divindade marinha, filho de Pontos e Gaia. De sua união com
Electra, uma das oceanides, gerou as Harpias e Íris, a mensageira dos
deuses.
FÓRCIS – Divindade marinha, filho de Pontos e Gaia. Com sua irmã Ceto
gerou filhos mostruosos: as Górgonas, Ládon, as Gréias e Equidna.
CETO – Irmã de Fócis e uma divindade marinha. Personificava os horrores e formas estranhas e exuberantes que o mar pode revelar.
EURÍBIA – Filha de Pontos com Gaia. Uniu-se ao Titã Creo dando origem a
Astreu(os ventos), Pallas(belicosidade) e Perses(destruição). Representa
as forças incontida nos mares como maremotos e tsunamis.
MORO – Personificação da sorte e do destino, filho de Nix. Sem ver a
quem reservava o futuro, tinha o caráter da inevitabilidade. Deuses e
mortais a ele eram subordinados.
MOMO – Personificação do sarcasmo e das ironias. Foi Momo que aconselhou
Zeus a entregar Tétis em casamento a um mortal e dessa união nasceria
um filho e ele próprio engendraria uma filha que suscitaria uma guerra
entre asiáticos e europeus, a Guerra de Tróia, que teria muitos mortos
que daria equilíbrio demográfico necessário.
TÂNATOS – Personificação da morte, filho de Nix e Erebo. Irmão gêmeo de
Hipnos, o Sono, era representado como um homem de cabelos e olhos
prateados, conhecido por ter um coração de pedra e entranhas de bronze.
Seu único mito de importância foi quando Zeus pediu para ele ir á
procura de Sísifo, por esse ter delatado o deus na sua união com Egina,
filha do rio Asopo. Sísifo o elogiou pela sua beleza e com isso acabou
prendendo Tânatos, cessando assim a morte de qualquer ser vivo. Hades,
assim que teve conhecimento do ocorrido, libertou a morte e o enviou
para trazer Sísifo imediatamente ao mundo dos mortos.
HIPNOS – Personificação do Sono, filho de Nix e Erebo e irmão gêmeo de
Tãnatos. Era representado como um homem de cabelos e olhos dourados.
Viveu na Ilha de Lemmos e percorria o mundo rapidamente e fazia
adormecer todos os seres. Hipnos teve 5 filhos: Morfeu, personificação
dos sonhos, Icelos, responsável pelos pesadelos e aparece nos sonhos nas
formas de animais e monstros, Fantaso, que aparece nos sonhos nas
formas de objetos inanimados, os mil Onírios e Fantasia, sua única
filha, personificação do devaneio.
NÊMESIS – Personificação da justiça divina, deusa da Ética, castigava
inexoravelmente a presunção humana em suas atitudes de demasia e
arrogância.
ÉRIS – Personificação da discórdia, filha de Nix. Aparece na mitologia
como a provocadora da Guerra de Tróia ao gerar a disputa entre as deusas
Hera, Afrodite e Atena, quando estas, participando da festa de
casamento entre Peleu e Tétis, disputaram uma maçã dourada jogada pela
deusa da discórdia. Acompanhava Ares em seu cortejo de guerra. Tinha
vários filhos, sendo eles: Ponos(Fadiga), Lethe(Esquecimento),
Limos(Fome), Algos(Dor), Horkos(Juramento), Hisminas(Disputas),
Macas(Batalhas), Fonos(Matanças), Androctasias(Massacres),
Neikeia(Ódio), Pseudologos(Mentiras), Anfilogias(Ambiguidade),
Disnomia(Desordem) e Ate(Ruina, Insensatez).
GRÉIA – Personificação da velhice. Tinham apenas 1 olho e 1 dente e
deles serviram-se. Aparecem na mitologia no mito de Perseu quando este
estava a procura das Górgonas e ao capturar seu único olho as fizeram
adormecer. Eram 3: Enio, Pefredo e Dino.
HESPÉRIDES – Personificação da tarde eram 3 deusas: Egle, “radiante”,
deusa da luz avermelhada da tarde, Erítia, “esplendorosa”, deusa do
esplendor da tarde e Hespéra, “crepuscular”, deusa do crepúsculo
vespertino. Residiam nos Jardim das Hespérides e lá guardavam os Pomos
de Ouro, um presente de Gaia a Hera na época do casamento com Zeus,
capturados por Heracles em um de seus 12 trabalhos. São guardiãs das
fronteiras entre os dias e as noites.
QUERES – Personificação do destino cruel, fatal e impossível de escapar,
são deusas que trazem a morte violenta aos mortais, são filhas de Nix,
geradas sem cópula. São representadas com gênios alados, vestidas de
preto, com longas unhas que despedaçam cadáveres e bebem o sangue dos
mortos e feridos. Aparecem em cenas de batalhas e de grande violência.
Por serem deusas das mortes violentas, eram convocadas por Ares assim
que ele partia para a guerra e após as batalhas devoravam os mortos e
levavam as almas destes ao inferno. Eram 3: Hibride(desmedida),
Limos(fome) e Poinê(a que castiga).
MOIRAS – Personificação dos destinos eram as deusas responsáveis pelo
fio da vida dos mortais e dos deuses. Eram 3: Cloto, a que fia, segura o
fuso e puxa o fio da vida, Láquesis, a sorteadora, enrola o fio da vida
e sorteia o nome de quem deve morrer e Átropos, a que corta o fio da
vida.
SEGUNDA GERAÇÃO DIVINA
OCEANO – É a personificação das águas que rodeiam o mundo, representado
como um rio, o Rio-Oceano, pai de todos os rios. Da união com sua irmã
Tétis originaram as ninfas dos mares, as Oceânidas, os rios e todos os
seres marinhos. Na guerra entre os titãs e os deuses olímpicos se mantém
afastado dos conflitos. Devido a sua vastidão é considerado a imagem da
indeterminação primordial.
CÉOS – Personificação da inteligência casou-se com Febe, sua irmã e com
ela teve Astéria, deusa estelar e Leto, deusa do anoitecer, mãe de
Ártemis e Apolo.
CRÉOS - Personificação dos seres marítimos e seu poder destrutivo
envolvia as criaturas desconhecidas do mar abissal. Casou-se com Euríbia
e gerou Pallas, Astreu e Perses.
HIPÉRION – Personificação solar casou-se com Téia, sua irmã, e gerou
Selene, a deusa lua, Hélios, o deus sol e Eos, a deusa da aurora.
JÁPETO – Casou-se com Climene e dessa união nasceram Prometeu, o criador
dos homens, Epimeteu, Atlas, o gigante que sustenta a abóbada celeste e
Menecéio.
CRONOS – Personificação do tempo é o mais novo dentre os Titãs. Único a
revoltar-se contra Urano, a pedido de Gaia Cronos castrou o mesmo quando
Urano foi unir-se a ela. Com a derrota do deus celeste, Cronos assumiu a
soberania do universo e governou de forma bem pior que seu pai.
Casou-se com Réia, sua irmã, da qual teve 6 filhos: Héstia, Démeter,
Hera, Poseidon, Hades e Zeus. Derrotado pelos seus filhos, comandado por
Zeus, foi atirado ao Tártaro com os demais Titãs. Na tradição órfica
Cronos reconcilia-se com Zeus e acaba vivendo na Ilha dos
Bem-aventurados.
TÉIA – Primeira das Titânidas, sua única aparição no mito se deve a
união com seu irmão Hipérion na qual geraram Hélio, o sol, Selene, a lua
e Eos, a aurora.
RÉIA – Esposa de Cronos, Réia tem papel importante no mito do esposo.
Indignada pela atitude do esposo de devorar os filhos após nascerem, já
que segundo um oráculo profetizado por Urano de que Cronos seria
destronado por um dos filhos, quando estava grávida de Zeus Réia
refugiou-se em uma gruta em Creta e lá deu a luz Zeus, Este, quando
adulto, foi instigado pela mãe para destronar Cronos e vingar seus
irmãos. Fazendo Cronos beber uma poção mágica e vomitou os filhos, Zeus e
seus irmão aliaram-se e destronaram o titã, jogando-o junto com os
demais no Tártaro.
TÊMIS – Personificação da justiça foi a segunda esposa de Zeus. Foi
criada juntamente com Nêmesis pelas Moiras, já que Gaia havia entregue a
Nix a filha para criá-la para livrá-la das loucuras de Urano, mas Nix
estava cansada devido a várias gerações de seres e a entregou as Moiras.
Têmis empunha a balança, com que equilibra a razão com o julgamento, é
tida como a conselheira de Zeus, e apesar de ser uma Titânida, foi
admitida pelos olímpicos e prestava vários serviços aos deuses.
MNEMOSINE – Personificação da memória, foi amada por Zeus e com ele
gerou as noves musas: Calíope, preside a poesia épica, Clio, à história,
Polímia, à retórica, Euterpe, à música, Terpsícore, à dança, Érato, à
lírica coral, Melpômene, à tragédia, Tália, à comédia e Urânia, à
astronomia.
FEBE – A mais belas das Titânidas, simbolizava a deusa lua primordial,
representada como a lua cheia. Casou-se com Céos e gerou Leto e Astéria.
Antiga deusa da profecia, Febe dividia o Oráculo de Delfos com Gaia e
Têmis, mais tarde as deusas passaram essa função a Apolo.
TÉTIS – Personifica a fecundidade aquática, casou-se com Oceano e gerou
as Oceânidas e os rios. Criou a deusa Hera por Réia á época da guerra
entre os olímpicos e os Titãs. Em agradecimento, Hera reconciliou Oceano
e Tétis que haviam se desentendido.
TERCEIRA GERAÇÃO DIVINA
ZEUS – Rei dos deuses, senhor do Olimpo e chefe dos deuses da 3ª geração
divina, assumiu o comando do universo após destronar seu pai, Cronos.
Zeus foi o único salvo por sua mãe, Réia, que impediu que o pai o
devora-se. Zeus nasceu em uma gruta na Ilha de Creta e lá foi amamentado
pela cabra Almatéia e criado pelos Curetes. Após saber que seus irmãos
haviam sido devorados pelo pai, Zeus preparou uma cilada: entregou a
Cronos uma porção mágica que o fez vomitar os irmão. Após 10 anos de
luta, Zeus e o irmão venceram os Titãs e dominaram o Universo. Na
partilha do mundo, juntamente com seus irmãos Poseidon e Hades, ficou
com os domínios do céu e da terra. Seu principal mitologema é acerca de
suas relações e prole com deusas e humanas. Pai de vários deuses, como
Atena, Apolo, Artemis, Ares, Hebe, Hefesto, Perséfone e Dionísio, e de
vários heróis como Heracles (Hércules), Perseu e de outros personagens
como Helena, a causadora da Guerra de Tróia, Minos, um dos 3 juízes do
mundo dos mortos e das Musas. Apesar de sua infidelidade, era casado
oficialmente com sua irmã Hera, que perseguiu todos os seus filhos fora
do casamento.
POSEIDON - Senhor dos mares, irmão mais velho de Zeus, assumiu o posto
de deus marinho após a partilha do mundo. Seu principal mitologema gira
em torno da disputa com Atena para saber qual dos dois seria o padroeiro
da cidade de Atenas. Nessa disputa ele atirou uma lança ao chão que fez
brotar uma fonte na Acrópole. Atena conseguiu vencê-lo criando uma
oliveira. Na Ilíada já aparece como sendo deus supremo dos mares e
durante a Guerra de Tróia esteve do lado dos gregos. Na Odisséia
Poseidon aparece como um deus vingativo, impedindo Odisseu de retornar a
ilha de Ítaca devido ao herói ter assassinado um dos filhos do deus, o
ciclope Polifermo. Assim como Zeus, Poseidon teve vários filhos que eram
de caracteres maléficos e violentos, dentre eles o ciclope Polifermo, o
gigante Crisaor, Pégaso, Náuplio, os gigantes Aloídas, Oto e Efialtes e
Tritão, com quem teve com sua esposa oficial, Anfitrite.
HADES – Senhor do mundo dos mortos, irmão de Zeus e de Poseidon, passou a
governar o submundo após a partilha do mundo entre os 3 irmãos. Hades
era descrito como um deus misterioso, impiedoso, insensível as preces e
sacrifícios, intimidativo. Seu nome causava medo e era invocado através
de eufemismos como Climeno (Ilustre) ou Eubeleu (o que dar bons
conselhos) e raramente se envolvia nos assuntos humanos ou olimpianos,
tendo saído apenas 2 vezes do seu reino: uma para o Olimpo para curar-se
de uma ferida causada por Heracles e outra para raptar Perséfone. É
nesse mito que melhor enfatiza Hades: vendo a garota brincando perto de
uma fenda, Hades surge da terra e a rapta para o submundo. Angustiada
com o desaparecimento da filha, Demeter, sua irmã, faz com que toda a
plantação do mundo seque e a humanidade entra em um período de caos.
Após intervenção de Zeus, Hades permite que Perséfone passe 6 meses do
ano com sua mãe, período que corresponde a Primavera e Verão, e 6 meses
no submundo como sua esposa, período do Outono e do Inverno. Teve poucos
filhos, tais como Macária, única filha da relação com Perséfone, Oberon
e Fégia.
HERA – Rainha do Olimpo, esposa oficial de Zeus e irmã dos demais
deuses, Poseidon, Hades, Héstia, Demeter. Seu principal mitologema é a
perseguição aos filhos de Zeus advindo das relações extraconjugais. Era
representada de caráter severa e extremamente ciumenta e agressiva, Hera
chegou a tentar matar o próprio Heracles quando este apenas era um
bebê. Após a ascensão do mesmo ao Olimpo, refizeram as passes e entregou
Hebe para ser esposa dele.
HÉSTIA – Deusa dos laços familiares simboliza o fogo doméstico. Foi
cortejada por Zeus e Apolo, mas jurou virgindade. Suas sarcedotisas, as
Vestais, em Roma, serviam a deusa durante 30 anos e só depois é que
podiam casar-se e levarem uma vida normal. Não tendo um mito principal,
Héstia era adorada como protetora das cidades e das famílias.
DEMETER – Deusa da agricultura, Demeter tem em seu principal mito o
rapto de sua filha Perséfone pelo seu irmão, Hades. Após o rapto,
Demeter pôs a vagar pelo mundo e uma catástrofe aconteceu: as plantas
pararam de nascer, a terra tornou-se infértil. Com a intervenção de
Zeus, Hades devolveu Perséfone à mãe, fazendo com o que ela passa-se 6
meses com a mãe e 6 meses no mundo dos mortos. Os Mistérios de Elêusis
celebravam esse mito como símbolo de morte e ressurreição.
ARES – Deus da Guerra, filho de Zeus e Hera, descrito como o mais odiado
dos deuses por ser sanguinário e violento. Vivia sempre em disputa com
Atena, também deusa da guerra, mas não sanguinária como o irmão. Na
Guerra de Tróia apoiou os troianos e no campo de batalha acabou sendo
ferido por Diomedes quando este arremessou uma lança, que guiada por
Atena atingiu o deus. Um dos seus principais mitos está ligado ao seu
romance com Afrodite: a deusa era casada com Hefesto e certa vez o deus
sol Hélio viu o casal unido e assim relatou a Hefesto. O deus das forjas
então preparou uma cilada: colocou em volta da cama uma rede invisível e
assim que Ares e Afrodite deitaram foram presos pela rede. Hefesto
chamou todos os deuses que zombaram o casal. Em seu cortejo de guerra
era acompanhado pelos seus filhos, Phobos (medo), Deimos (terror), pela
irmã Éris (discórdia), Ênio (grito de guerra), Queres (devastação),
Enyalio, filho de Ênio com Ares, Makhai (batalha), Hysminai
(carnificinas), Polemos (espírito de guerra) e Alala, filha de Polemos.
Ares também está ligado ao mito da fundação de Tebas, tendo Cadmo, rei
da cidade, casado com Harmonia, filha do deus com Afrodite.
ATENA – Deusa da justiça e da sabedoria, filha de Zeus com Métis. Atena
nasceu da cabeça de Zeus quando este, ao saber da gravidez de Métis e
prevendo ser destronado por esse filho, segundo uma antiga profecia,
engoliu a deusa e depois de alguns meses sentiu uma forte dor de cabeça.
Pediu a Hefesto para dar-lhe uma machadada na cabeça e após esse golpe
Atena saltou da cabeça do pai já adulta e armada. Em sua disputa pela
cidade de Atenas com Poseidon, Atena ofereceu aos atenienses uma
oliveira que produzia azeite e alimentos para a cidade. Atena era
considerada uma deusa virgem e segundo versões tradicionais de seu
mitologema não teve filhos, pois caso tivesse algum teria que abandonar
as guerras.
APOLO – Deus da música, da arte, das profecias, era filho de Zeus com
Leto, irmão gêmeo de Artemis. Patrono do Oráculo de Delfos, segundo o
mito o local aonde o deus matou a serpente Píton. Em seu mito há vários
casos de amores, tanto com homens quanto mulheres, como a ninfa Dafne e o
jovem Jacinto e entre seus descendentes está Asclépio, deus da
medicina. Durante a Guerra de Tróia esteve do lado dos troianos e era
protetor de Heitor.
ARTEMIS – Deusa da caça, irmã de Apolo e filha de Zeus e Leto. Após o
seu nascimento ajudou sua mãe no parto do irmão. Deusa virgem vivia
vagando nas florestas e não deixava nenhum homem vê-la. Apesar de seu
voto de castidade, Artemis chegou a apaixonar-se pelo jovem Órion, mas o
ciúme de seu irmão fez com que ela o mata-se por engano, pois Apolo
desafiou a deusa a atingir um ponto negro que indicava a tona da água.
Artemis então atirou a flecha que atingiu o alvo que logo desapareceu no
abismo do mar, onde logo viu espumas ensangüentadas. A flecha havia
atingido Órion que ali nadava, pois estava fugindo de um escorpião
enviado por Apolo para matá-lo. Ao saber do ocorrido e em desespero,
Artemis pediu ao pai que transformasse Órion e o escorpião em
constelação.
AFRODITE – Deusa do amor e da beleza, inspiradora de paixões entre os
mortais e imortais, a deusa nasceu da espuma do mar quando Urano foi
castrado por Cronos. Seu mito gira em torno de casos amorosos. Seu
esposo oficial era Hefesto, o deus das forjas mas que confeccionou para a
deusa as melhores jóias do mundo. Teve diversos casos com outros deuses
e o mais conhecido deles é o caso da deusa com Ares, o deus da guerra.
Alguns de seus filhos são Hermafrodito, filho que teve com Hermes, com
Ares teve Eros, Phobos, Deimos, Anteros e Harmonia, com Apolo teve
Himeneu, com Dionísio teve Príapo e o herói troiano Enéias com Anquises
HEFESTO – Deus do fogo, da metalurgia e das forjas, filho de Zeus com
Hera. Segundo uma versão do mito, o deus era coxo por ter sido
arremessado por Hera do Olimpo quando esta discutia com Zeus. Foi-lhe
entregue Afrodite como esposa, mas ela o traia com deuses e mortais. Era
o deus que confeccionava as armas dos deuses, tendo feito para Zeus uma
égide e um escudo para enfrentar os Titãs. Também foi responsável pela
criação de Pandora, a primeira mulher, e responsável de forma indireta
pelo nascimento de Atena, pois está saiu da cabeça de Zeus após Hefesto
desferir no deus uma machadada.
HERMES – Mensageiro dos deuses, deus do comercio e protetor dos ladrões,
Hermes também era o deus que conduzia a alma dos mortos até a entrada
do Hades. Filho de Zeus e Maia era o mais inteligente e astuto dos
deuses, sendo o único filho de Zeus com outra deusa que Hera agradou-se.
Hermes foi o inventor da Lira, com o qual trocou o instrumento com
Apolo, recebendo em troca o Caduceu, e da flauta Siringe em troca de
Apolo dar-lhe o dom da adivinhação. Entre seus filhos estão
Hermafrodito, filho que teve com Afrodite e Pã, filho do deus com a
ninfa Dríope.
DIONISIO – Deus da bebida, das festas, do lazer e do prazer, filho de
Zeus e Sêmele. Hera com ciúmes instigou Sêmele a pedir ao seu amante,
que caso ele fosse realmente Zeus que mostra-se toda a sua onipotência.
Zeus avisou a Sêmele do que poderia acontecer, mas a mesma insistiu e
assim que o deus mostrou todo o seu poder Semele acabou fulminada pelos
raios. Zeus então retirou o filho que ainda estava em gestação e o
colocou na coxa. Após o período de gestação, Dionísio foi criado pelas
Horas e as Ninfas. Dionísio era caracterizado como um jovem risonho e
festivo. Em suas festas as pessoas entravam em transe e as mulheres que o
seguia eram chamadas de bacantes. Também considerado o protetor do
Teatro.
ÉOLO – Deus dos ventos, filho de Poseidon. Seu principal mito resume-se a
passagem de Odisseu em sua ilha. Ao chegar ao local Odisseu pediu ajuda
ao deus. Este, compadecido pelo problema do herói colocou em um grande
saco os ventos, mas pediu para não abrir o saco até chegar a Ítaca. Após
embarcarem um dos tripulantes, pensando no saco ser ouro, decidiu
abrir. Todos os ventos saíram do saco e os reconduziu novamente a ilha
de Éolo. Odisseu pediu nova ajuda, mas o deus irritado o expulsou.so
OUTRAS DIVINDADES
PERSÉFONE – Filha de Zeus e Démeter, esposa de Hades. Seu principal mito
é justamente a união com o deus do mundo dos mortos. Foi raptada por
ele quando colhia flores com ninfas na planície de Ena. Apaixonado por
ela, Hades surgiu de uma fenda na terra e a raptou para o submundo.
Démeter, ao saber do rapto pôs a vagar pelo mundo e durante esse tempo a
vegetação não nascia. Zeus, preocupado com o problema que se alastrava,
já que as terras estavam estéreis e houve escassez de alimentos,
solicitou que Hades devolvesse Perséfone a mãe, mas a mesma já havia
comido uma semente de romã e por isso estaria ligada ao reino dos mortos
para sempre. Dessa maneira estabeleceu-se um acordo: Perséfone passaria
seis meses com sua mãe, época que correspondia à primavera e verão, e
seis meses com o esposo, no período de outono e inverno.
EOS – A Autora, personificava o amanhecer, era filha de Hipérion e Teia,
irmã de Selene e Hélio, era encarregada de abrir as portas do céu para a
passagem dos carros de Hélio. Seu principal mito é em torno de sua
relação com Titono, irmão mais velho de Príamo, rei de Tróia. Era tão
apaixonada por Titono que o raptou e pediu para que os deuses
concedessem a imortalidade mas esqueceu e pedir a juventude eterna, fato
que o fez transforma-se num velho descrépito. Eos então pediu a Zeus
que o transformasse numa cigarra. Também foi amante de Ares, deus da
guerra, fato que deixou Afrodite enciumada e a fez jogar uma maldição em
Eos para que ela apenas se apaixonasse por mortais.
ASCLÉPIO – Deus da medicina, filho de Apolo e de Corônis. Foi entregue
ao centauro Quiron e aprendeu o poder curativo de ervas e a cirurgia, e
adquiriu tanta habilidade que chegou a ressuscitar muitos mortos. Zeus o
puniu e o fulminou com um raio. Após a sua morte Asclépio foi
transformado na constelação de Serpentário.
ADÔNIS – Jovem de grande beleza que nasceu da relação incestuosa do rei
Cíniras de Chipre com sua filha Mirra. Adônis despertou o amor em
Perséfone e Afrodite e devido a essa disputa Zeus sentenciou que ele
passaria um terço do ano com cada uma delas, mas Adônis não cumpria o
combinado, passando mais tempo com Afrodite. Ares, sabendo da traição de
Afrodite enviou um javali que matou Adônis. Adônis então desceu ao
submundo e lá ao vê-lo Perséfone apaixonou-se por ele e compadecida com o
sofrimento de Afrodite fez um acordo no qual ele passaria seis meses
com ela e seis meses com Afrodite, mas o acordo foi quebrado e Zeus teve
que intervir no problema, decidindo que durante 4 meses Adônis seria
livre, 4 meses passaria com Afrodite e os outros 4 com Perséfone. Seu
mito mostra que Adônis cumpre um rito da vegetação que durante o inverno
morre, descendo ao mundo dos mortos e na primavera ressurge.
HEBE – Deusa da juventude, filha de Zeus e Hera, casou-se com Heracles
assim que o mesmo ascendeu ao Olimpo após a sua morte. Representava a
donzela que fazia trabalhos domésticos e no Olimpo tinha diversas
obrigações: servia o néctar ao deuses, atrelava os carros de Hera e
preparava o banho de Ares. Um dia foi zombada pelos deuses após cair
numa posição inconveniente e após esse incidente negou-se a continuar os
servindo.
HIMENEU – Deus do casamento, filho de Apolo e Afrodite. Era tão belo que
os atenienses o confundiam com uma moça. Certa vez quando um grupo de
moças nobres foram a Elêusis oferecer um sacrifício a Demeter um grupo
de piratas atacou-as levando todas, inclusive Himeneu que foi
confundindo com uma mulher. Himeneu os matos quando eles dormiam e
retornando a Atenas prometeu trazer as moças de volta com a condição de
que fosse lhe dado em casamento sua amada. Concordaram com o acordo e
desde então Himeneu era invocado nos casamentos.
GRAÇAS – Deusas das danças, dos modos e da graça do amor, filhas de Zeus
e Hera, eram 3: Aglaia, a claridade, Tália, a que faz brotar as flores e
Eufrosina, o sentido da alegria. Eram seguidoras de Afrodite e
dançarinas do Olimpo.
HORAS – Deusas que presidiam as estações do ano, filhas de Zeus e Têmis,
eram 3: Irene(paz), Dice(justiça) e Eunômia(disciplina). Estão ligadas à
legislação e ordem natural, sendo uma extensão dos atributos de sua mãe
Têmis. Eram também as porteiras do Olimpo.
ÍRIS – Mensageira dos deuses, filha de Taumante e Electra, e também
personificação do arco-íris. Íris é a mensageira dos deuses para os
homens e é representada como uma virgem com asas de ouro.
HARMONIA – Deusa da harmonia e da concórdia, filha de Ares e Afrodite. Foi esposa de Cadmo, rei de Tebas.
PROTEU – Um dos deuses marinhos, filho de Oceano e Tétis. Tinha o dom da
premonição e por isso atraia o interesse de muitos que queriam saber o
futuro. Por não gostar de falar os acontecimentos que possam vim a
acontecer, quando alguém se aproximava dele fugia ou assumia aspecto e
um monstro marinho mas se o homem fosse corajoso revelava a verdade.
Menelau foi um dos que conseguiram já que procurava saber se retornaria
após a Guerra de Tróia.
GLAUCO – Divindade marinha, Glauco nasceu mortal, mas ao descobrir uma
erva mágica que fazia voltar à vida os peixes que pegava decidiu
experimentar. Após comer a erva tornou-se imortal. Apaixonado pela ninfa
Cila, que sempre o rejeitava, pediu ajuda a Circe para criar uma poção
mágica que fizesse Cila apaixonar-se por ele. Circe, rejeitada por
Glauco, fez uma poção mágica e a jogou em uma fonte aonde Cila
banhava-se. Cila então se transforma em um monstro de doze pés e seis
cabeças. Foi à procura de Glauco, mas esse, ao ver o aspecto horrendo de
Cila, fugiu dela. Circe aguardou Glauco ir procurá-la, mas esse,
sabendo que tal fato aconteceu devido a Circe, não a perdoou pela
crueldade.
ANFITRIRE – Deusa do mar, esposa de Poseidon, filha de Dóris e Nereu. A
princípio, se recusou a unir-se ao deus, se escondendo nas profundezas
dos oceanos, em um lugar conhecido apenas por sua mãe. Acabou cedendo,
se tornando rainha dos oceanos. É representada portando um tridente,
símbolo de sua soberania sobre os mares.
HÉCATE – Deusa da magia e da noite, filha de Perses e Astéria. Era
conhecida como a mais próxima de nós, pois se acreditava que, nas noites
de lua nova, ela aparecia com sua horrível matilha de cachorros
fantasmas diante dos viajantes que por ali cruzavam. Ela enviava aos
humanos os terrores noturnos e aparições de fantasmas e espectros. Era
representada com 3 corpos e 3 cabeças ou apenas 1 corpo com 3 cabeças.
Participou da Titanomaquia ao lado de Zeus, ajudou Demeter a procurar
Perséfone e combateu Heracles quando ele tentou enfrentar Cérbero, seu
cão de companhia no mundo subterrâneo.
PÃ – Deus dos boques, dos pastores, dos campos, filho de Zeus com a
cabra Almatéia. Era representado com orelhas, chifres e pernas de bode.
Amante da música, trazia sempre consigo uma flauta. Era temido por todos
aqueles que necessitavam atravessar as florestas à noite, pois as
trevas e a solidão da travessia os predispunham a pavores súbitos,
desprovidos de qualquer causa aparente e que eram atribuídos a Pã; daí o
nome pânico.
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